terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O Zoo Humano

Não gosto de BBB, pronto falei. Como já mencionei num post no passado, prefiro reality shows (que de realidade não tem nada) que realmente ofereçam algo de interessante para se ver, ao invés de pessoas saradas fazendo intrigas adolescentes enquanto nadam semi-nus, por isso sempre achei No Limite mais interessante, as pessoas num tinham tempo pra sentar sem fazer nada esperando o tempo passar com festa e bebida a vontade, eles estavam no meio do mato fazendo algo, o mesmo vale para outros programas que gosto como American Idol, O Aprendiz entre outros.
Ver horas e horas pessoas tagarelarem não me parece interessante e por isso não perco tempo, o que acho interessante é a reação das pessoas aqui fora, que elegem heróis e vilões quando todos estão lá pelo mesmo objetivo (a edição da Globo ajuda um pouco na criação de "personagens"), por isso que o público não deveria participar, assim ganharia o melhor "jogador" e não o que se faz de coitado. O público também os transforma em celebridades (por favor não me diga artistas) ao berrar por eles antes mesmo dele entrarem na nave Big Brother ( odeio quando o Pedro Bial diz isso ou os chama de guerreiros e sobreviventes ou algo assim, e pra que não gosta to sabendo demais né?), as mulheres que choram pelos homens e os marmanjos querendo as mulheres na próxima edição da Playboy.
Porém para mim o cúmulo do ridículo foi uma bolha de vidro montada pela Globo montada em um shopping com 4 participantes, desses o público escolheria 2 para entrar na casa, e as pessoas ficavam em volta achando o máximo ver os integrantes da bolha conversando, como se estivessem testemunhando a invenção da roda ou algo semelhante, os caras la de dentro sem camisa e as mulheres babando por caras que nunca olhariam se não fossem "famosos". Todos em busca dos seus famosos 15 minutos de fama, boa sorte para eles.

Uma ex-participante do Big Brother Inglaterra descobriu que esta com câncer terminal e negocia sua participação em um programa que mostrará seus últimos dias de vida. Que merda é essa? Agora vamos televisionar isso? Isso que virou a TV, o canal que esta com isso na cabeça deveria ser banido, já que ultrapassa todas as barreiras do repulsivo, ela que morra em paz na sua casa, e não tenho o menor respeito por Jade Goody, se ela não respeita sua família, por que eu deveria respeita-la? Qum vai testemunhar esse show de sadismo eu não sei. Mais que é repulsivo e doente isso é.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

A arte de escrever novelas

Casal de amantes é separada por viver culturas completamente diferentes, enfrentaram a família, vilões, desencontros, casamentos sem amor e séculos de tradição até ficarem juntos.
Essa é a trama da atual novela da Globo "Caminho das Ìndias", mais também podemos descrever assim a novela "O Clone" e "Explode Coração", quer mais coincidências? Todas foram escritas pela mesma autora, Glórias Perez. Ela vem se especializando em buscar culturas diferentes das nossas e colocar isso no centro de sua trama e usar também como pano de fundo para um amor impossível, uma fórmula já desgastada e que tire uma ou outra mudança vem se tornando seu "Guia" na hora de escrever suas novelas.
Sim "Explode Coração" era sobre ciganos, "O Clone" sobre a cultura islâmica e "Caminho das Índias" o Hinduismo, e é nisso que autora se apega pra falar sobre as diferenças, mais o fato é que o centro das novelas e seu desenvolvimento é igual, estão la o casamento arranjado, a passagem de muitos anos. O fato é que usando essas idéias a novela pode viajar para outro país e explorar suas belezas naturais para encantar o público para que este não perceba estar vendo a mesma novela pela terceira vez.
Mais isso na verdade é comum entre os autores de novela brasileiros, todos basicamente reciclam suas tramas diversas e diversas vezes. Manoel Carlos adora mostrar a alta classe do Rio de Janeiro que em muitas vezes aparece trabalhando pouco e ganhando muito para assim poder estar sempre nas aventuras que o autor quer, e é claro colocar sua protagonista Helena em uma situação moralmente questíonavel, como ter um filho para usa-lo como doador para salvar sua outra filha com leucemia, trocar o seu filho com o da sua filha já que o dela morreu e ela não poderá mais engravidar para assim ela ter uma família, ou adotar uma criança com síndrome de down cujo a mão acabou de falecer sem mencionar para os avós maternos que tal criança existe.
Benedito Ruy Barbosa com seus temas sempre rurais em que a a pessoa humilde da fazenda se envolve com o patrão rico, ou os descendentes ou imigrantes italianos que também são donos ou trabalham em fazendas, e é claro Carlos Lombardi e suas novelas que não fazem muito sentido e servem apenas para exibir os corpos esculturais de seus atores.

Por isso que a teledramaturgia brasileira esta em crise, pouca ousadia e coisas novas e fórmulas repetidas e desgastadas, ta na hora dos autores fazerem um brainstorm e virem com algo diferente.